Certa vez, num domingo frio e chuvoso, daqueles em que a cama é o melhor lugar do mundo, como de costume, levantei-me, tomei café e dirigi-me ao Templo para a oração dominical em agradecimento a DEUS pela semana que passou e pela outra que estava iniciando-se.
Lá longe, bem longe, avistei um ser estranho, alto, magro, parecendo estar cabisbaixo e triste.
Quando se aproximou mais, tomei um susto homérico.
Era nada mais nada menos do que Lúcifer.
- Olá Demo!
- Bom dia!
- Bom dia amigo! Disse com uma voz triste.
- O que aconteceu? Parece não estar bem.
- Estou depressivo, angustiado, sentindo uma vontade imensa de chorar e amar.
- Pera ai!
- Amar!!!! E você sabe o que significa isso caríssimo Lúcifer?
- Você é o demo em pessoa! Aquele que só faz mal a humanidade.
- Longe disso, disse ele.
- Desde o mais remoto tempo passado, procuro penitenciar-me.
- Tentei tomar o lugar de DEUS.
- Fui expulso do Paraíso. E como castigo, Ele ordenou-me que colocasse o mal no mundo para que o homem nunca se esquecesse dele.
- Caramba!!!!
- Mas isso é possível?
- Para Deus Onipotente e Onipresente, tudo é possível.
- E aonde vai agora?
- Vou indo até o Templo conversar com DEUS, meu Pai Eterno, para pedir perdão e forças para continuar.
- Vou também rezar para que o homem para de fazer tanta maldade.
- Com isso, quanto menos maldade ele fizer, mais leve o meu fardo será. E, quando não houver mais nenhum mal no mundo, então estarei totalmente liberto para voltar ao Paraíso.
- Bem se é assim, vamos eu e você rezar no Templo para extirpar de vez o mal que assola a humanidade.
Uma cena surreal aconteceu.
Eu e Lúcifer, juntos, de joelhos em frente ao Cristo crucificado rezando, conversando, e rogando forças para continuarmos em nossa jornada evolutiva nesse planeta.
Cada um na sua e os dois em busca de DEUS.