A BELA FÊMEA
A bela fêmea transnuda-se sob o véu puro da seda branca, para esperar o seu amado. Que de longas batalhas e lugares ermos ele retorna. Traz no seu jugo o peso da morte que o fez chegar até ela. A bela fêmea, de formas largas e voluptuosas, espera seu herói ou carrasco, para que ele, com sua força, entre em sua profundeza. Úmida. Cheirosa. Prazeirosa. Geme então a bela fêmea! Regozija-se o seu homem. Está pronto para novas batalhas. Do amor. Do ódio. Do rancor. Da dor. Que dilacera corpos e almas. Vidas que gritam por um pouco de paz. Vidas que clamam pela justiça dos homens. Que nunca chega. E, quando chega, é para quem melhor paga. A bela fêmea, exaurida pela luxúria e prazer sem igual, adormece em berço esplendido. Seu herói, agora com sua espada já embainhada, segue seu caminho. Revigorado está para novas batalhas. Do bem e do mal. Mendes Neto
Enviado por Mendes Neto em 18/04/2011
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