O sol queima a pele do homem na manhã fria de inverno.
Observo ao longo da estrada moribundos zumbis em forma do que restou de seres humanos, que caminham muitas vezes sem destino certo. Clamam a presença de um Deus! Isso quando tem forças. Promessas fazem para que alguém olhe pela vida que levam. Preferem muitas vezes morrer, pois não tem meta alguma. Falta o alimento necessário para a sobrevivência da alma. Tentam se agrupar para juntos buscarem uma direção. Não conseguem, pois foram sugados pelo Estado ganancioso e corrupto que os abandonaram à beira do caminho. Corpos jazem à beira da estrada. Putrefatos. Esqueléticos. Arqueados pela própria dor buscam uma luz que os guie para a redenção. Não encontram. Ficaram cegos pela ignorância em acreditar na religião que não os fizeram evoluir, mas sim incutir em suas mentes, agora vazias, de que o sofrer levaria ao paraíso. Ledo engano. O homem é que trilha seu caminho ao paraíso ou ao inferno. Depende da estrada que seguir. Mas, hoje, não tem estrada alguma. Não tem alternativa nenhuma há não ser viver à margem de uma sociedade hipócrita recebendo as migalhas de um Estado fálido moralmente. Moribundos, então, seguem. Choram. Clamam a presença de Deus. Mas Deus sempre esteve com eles. Dentro de seus corações e mentes. Foram fracos para acreditar que o sofrimento os levaria a redenção, quando na verdade, o que leva a redenção é o crescimento mental e espiritual. Caminham, então, moribundos à beira da estrada. Mendes Neto
Enviado por Mendes Neto em 23/07/2019
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