De tempos em tempos retorno.

Dou início a uma nova jornada terrena.

Dos tempos imemoriais observo que o ser humano pouco mudou.

O seu DNA encontra-se ainda envolto em amarguras, raiva, inveja, obsessão por possuir aquilo que não lhe pertence.

Preocupa-se em demasia com bens materiais e em quase nada no seu pilar espiritual, o principal.

Estou por aqui desde os tempos em que o homem vivia nas cavernas e era totalmente bruto.

De planeta distante vim.

Adquiri um conhecimento vasto em todas as áreas.

No meu mundo de origem era considerado um conhecedor da verdade.

Entretanto, dentro do meu ser vigorava paixões violentas, onde não mais poderia ali continuar.

Quis então a misericórdia divina que eu viajasse a um planeta primitivo, ainda onde seus habitantes viviam em total bestialidade.

Iniciei minha jornada.

Longa.

Dolorosa.

Mas com Deus fui evoluindo, crescendo em sabedoria e conhecimento que no meu mundo de origem esqueci de colocar em prática.

Participei ativamente na evolução da Terra.

Vivenciei momentos de grandes descobrimentos, mas também de guerras, muitas vezes por causa de religiões e busca pelo ouro e poder.

E agora, nestes tempos em que o mundo está à beira de um colapso, ajoelho-me perante o Criador clamando por misericórdia para aqueles que detêm o poder bélico e econômico no planeta.

Estamos no limiar de uma nova era.

Não podemos e nem devemos regredir.

Temos que avançar para a evolução.

Necessária.

Obrigatória.

Muitos dos que aqui estão não mais voltarão a este planeta, pelo menos por enquanto.

Para outros orbes serão enviados.

Não como punição, porque o Criador não pune.

Concede seu perdão e misericórdia dando chance de sempre avançarmos na evolução, necessária.