![]() Final de tarde fria. Uma garoa fina juntamente com uma névoa espessa encobre a cidade que nunca dorme. Saio a noite pelas ruas luminosas dos labirintos da vida. Nos becos observo silhuetas a caminhar escondidas. São os restos daqueles que ao longo da estrada perderam-se. Roubaram-lhes o direito de ser feliz. Mais um pouco adiante. Um corpo inerte no chão frio e úmido. A plateia apenas observa e selfies são tiradas. A falência humana no dedo de um celular. Apenas observo. Sigo meu caminho pelas curvas das ruas. Paro. Entro em um bar. Sento-me em uma mesa e peço ao garçom meu scotch preferido. Puro. Sem gelo. Desce queimando. Como quente está meu corpo. Febril. Uma moça da noite em outro canto, sorve um gole de algo. Observo lágrimas em seus olhos. Saio e vou continuando minha caminhada . O qual tento me encontrar novamente. Lá longe, os primeiros raios do sol vão surgindo. Retorno ao meu lar. Deito-me e o sono não vem. Só me restam 20 gotas de Rivotril para poder sonhar com a libertação. Nunca chega. Só depende de mim. Para novamente não andar pelos labirintos que a vida me impôs. Mendes Neto
Enviado por Mendes Neto em 19/06/2025
Alterado em 19/06/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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